sábado, 1 de dezembro de 2012

Aurélio Pereira Malva enviou-lhe a seguinte Petição.

Caros Amigos,

Acabei de ler e assinar esta petição online:

«Alteração de Políticas»

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N32810

Pessoalmente concordo com esta petição e acho que também vais concordar.

Subscreve a petição aqui http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N32810 e divulga-a pelos teus contactos.

Obrigado.
Aurélio Pereira Malva

Esta mensagem foi-lhe enviada por Aurélio Pereira Malva (aurelio.malva@gmail.com), através do serviço http://www.peticaopublica.com em relação à Petição http://www.peticaopublica.com/?pi=P2012N32810

quinta-feira, 17 de março de 2011

CONTRA O ACORDO ORTOGRÁFICO!… AINDA É POSSÍVEL TRAVÁ-LO!

São como eu CONTRA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO???

 

SE SIM, fiquem a saber que EXISTE UMA FORMA DE TRAVAR O ACORDO e ainda podemos ir a tempo. Tudo é possível.

 

Só temos de fazer duas coisas: dar uma assinatura, e ESPALHAR PELOS AMIGOS. Quer em papel, quer reencaminhando este email. Espalhem por todos os que conheçam a ver se vamos a tempo.

 

Neste site têm tudo explicado, e links para o site do movimento:

 

www.PortuguesPt.com

 

Leiam o site, é rápido. Ele explica o que fazer. E tem links para o movimento. Está tudo escrito.

 

E POR FAVOR REENCAMINHEM ESTE EMAIL!!!

 

Mesmo que não assinem, ao menos REENCAMINHEM O EMAIL, porque o segundo que perdem com o forward, poderá ajudar a nossa língua.

 

A nossa Língua Materna Agradece!

 

...

 

Para quem acha que o Acordo é bom, ficam aqui algumas razões:

 

1. Este é apenas o 1º de outros acordos que se seguirão, diz-se até que este foi insignificante, se este prosseguir, os outros serão imparáveis. O que virá nos próximos? Se lá se fala "tu quer" (Gaúchos) ou "você quer" acho que iremos um dia falar igual. Entre outras coisas lol.

 

2. O "C" de Directo serve para algo. Para os Brasileiros é mudo porque eles acentuam todas as sílabas como os Espanhóis. Nós não, precisamos de ter o "C" para nos dizer que "directo" é lido como "diréto", senão seria como coreto ("corêto"), cloreto ("clorêto"), luneta ("lunêta"), não dizemos "lunéta" nem "cloréto" nem "coréto" não é? Vamos ler "direto" como? "dirêto"? Enfim, o "C" serve para algo cá, no Brasil não, mas cá serve. Ou sem o "P" em Baptismo ficar "bâtismo" como "batida" já que é o "P" que abre a vogal? Será melhor em vez desta regra do "C" e "P" dizermos antes às crianças e estrangeiros que têm de decorar uma lista de centenas de palavras de excepção onde se deve ler "Á" sem ter o "P" ou "C", etc, ou mais fácil ensinar a regra do "P" e "C"?

 

3. Vai ser bonito falarmos Egipto com o P e lermos Egito sem o P. E como as crianças aprendem o que é Egipto na escola e não em casa (não andamos a falar no Egipto a crianças de 3 ou 4 anos), irão aprender a falá-lo como "Egito" sem "P", mesmo que os pais falem com "P" (eu falo o "P" em Egipto, por acaso). Prova de que a escrita alterará a fonética.

 

4. Vamos ensinar um Inglês como? Dizer-lhe «olhe, você aqui lê EGITO mas NESTE CASO específico, fale "EGIPTO" finja que existe lá um "P" imaginário, finja que é como o "EGYPT" do seu país, mas escreva só "EGITO" não tente perceber, o Português é assim! E olhe há egípcios, egiptólogos, tudo tem P mas no Egipto é EGITO, sem "C"!» - É isto que vamos dizer ao ensinar Português? Obrigá-los a decorar palavras de "excepção à regra"?

 

5. E que mal tem "pêlo" ter o acento? É mais bonito escrever: "agarrar o cão pelo pelo"?...

 

6. Não há qualquer desvantagem em em existir Português-PT e Português-BR, como há Inglês diferente em UK e USA (doughnut e donut), como com o Espanhol onde "coche" na Espanha será "carro" na América do Sul, etc. Cá só há desvantagens e custos com o Acordo. Seremos o único ex-colonizador a escrever e falar como a colónia (por algum motivo obscuro). Não nos entendemos assim? Só pouparíamos dinheiro e neurónios.

 

7. Peçam a um Brasileiro para dizer "Peniche" após a falarmos e verão a palavra que sai de lá ao nos tentarem imitar. Isto porque o Português-PT tem muito mais riqueza fonética e até linguística que o Português-BR. Aprendemos facilmente o Português-BR e eles não aprendem tão facilmente o Português-PT porque lhes falta essa prática no range maior de sons que a nossa língua contém, havendo até quem diga que somos os melhores a aprender línguas e sotaques no mundo devido à riqueza da nossa língua. Vamos aproximar-nos do Português-BR porquê?

 

8. Corretora Oanda, movimenta triliões, é a maior corretora cambial do mundo, traduziu os seus manuais para Português-PT. Isso mesmo, nada de Acordo, nada de Português-BR. Português-PT. Porque vamos nós andar a alterar o Português e mostrar-lhes que afinal fizeram a escolha errada? Entre muitas outras empresas.

 

9. Querem que os livros escolares de 2012/13 sejam já com o novo acordo. As crianças serão ensinadas neste primeiro passo a lerem e escreverem de forma diferente. Não é assim opcional a mudança como nos querem fazer querer. A mudança é obrigatória, é imposta nas escolas, já está nos media, etc. Não podemos escolher continuar como estamos porque daqui a uns anos será mesmo errado. Os Brasileiros cortam "C" e "P" e podem ler da mesma forma, nós não! Esqueçam a dupla grafia...

 

10. O que é que o povo mandou? Inquéritos em que umas 65% das pessoas rejeitaram o acordo, umas 30% não saberem o que é e o resto diz que sim? E que salvoerro umas 28 em 30 universidades e editoras consultadas disseram que não? Além de muitos linguistas? Porque é que é aprovado o acordo contra a vontade do próprio povo? Mesmo uma petição com 120.000 assinaturas foi apresentada a 50 deputados dos quais 49 faltaram e uma apareceu e ignorou. Para ir mesmo à Assembleia, só com  uma ILC!

 

11. Os Portugueses devem estar mesmo no fundo. A falar do glorioso povo do passado e ninguém quer saber da língua. Os Espanhóis nunca aceitariam  um acordo destes para os obrigar a falar como os Argentinos! Os Bascos, são apenas uns 100.000 ou 200.000 a falar Basco, nunca desistiram até ao fim e agora têm até a língua Basca como oficial no seu pequeno "país". Só o Português é que deixa andar e desleixa a língua e deixa que outros façam o que querem dela...

 

12. Estamos nós a defender letras como "C" em Directo que realmente não são inúteis, têm a sua função, e lá fora há línguas que mantêm letras desnecessárias, como "Dupond" ou "Dupont" em Francês que nunca apagaram nem apagarão o T só porque não é lido!! Vamos apagar porquê? Somos burrinhos e é difícil para nós percebermos para que servem e por isso cortamos?

 

13. Há mais falantes nativos de Inglês mais Espanhol juntos (Espanhol mais ainda que Inglês), que passam de um bilião de nativos, e mais de 2 biliões de falantes não nativos das mesmas, do que os 200 milhões de Brasileiros. Estarmos a afastar a língua de 2 biliões de pessoas para ficarmos mais próximos do Brasil é disparate. Mais uma vez, para facilitar a vida aos Brasileiros, vamos dificultar a vida a quem quer aprender Português lá fora e tornar a língua inconcisa como visto acima. Vejam: "Actor" aqui, "Actor" no Latim, "Acteur" no Francês, "Actor" no Espanhol, "Actor" no Inglês, "Akteur" no Alemão, tudo com o "C" ou "K", e depois vêm os Brasileiros com o seu novo: "Ator" (devem ser Influências dos milhões de Italianos que foram para o Brasil e falam "attore"). Algumas outras: Factor, Reactor, Sector, Protector, Selecção, Exacto, Baptismo, Excepção, Óptimo, Excepto, etc, "P", "C", etc. Estamos a fugir das origens, do mundo, para ir atrás dos Brasileiros. Quanto amor não?

 

14. Alguém quis saber do resto das colónias que não falam da mesma forma que os Brasileiros? Só o Brasil é que interessou ao Acordo (já que Portugal foi o que cedeu). Tenho amigos Angolanos que dizem falar como no Português-PT e não querem o Português-BR nem o Acordo e nem foram consultados! É só o Brasil o dono da língua?

 

15. O Galego-Português da Galiza, o da variante da AGLP, é mais parecido com o Português de Portugal neste momento que o próprio Português-BR. Os Brasileiros têm alterado a língua sem se preocupar com o resto do mundo, porque é que temos de ser nós a pagar pelos seus erros e prepotência?

 

16. ODEIO instalar um software e ver que vem tudo em Português do Acordo, e fóruns também, em que uma votação é uma "ENQUETE" (sei lá como foram inventar isto), em que um utilizador é um usuário, em que "apagar" é "DELETAR" (do "Delete" Inglês, por incrível que pareça nos seus dicionários), ou Printar, ou etc. Por vezes sou obrigado a utilizar softwares em Inglês para aguentar... Como haverá agora Português-PT e -BR ao gosto de cada um, se só existirá um "Português"? Eu quero sites e softwares que eu entenda e na minha língua e isso SÓ É POSSÍVEL mantendo o -PT e o -BR separados! Senão será tudo misturado para sempre! E depois lá vamos nós "enquetar" (votar) e coisas assim (enquetes = votações)...

 

17. A prova do ponto 16, é que o próprio Google Translator já só tem o "Português" e tudo o que escreverem ficará no Português-BR, e até "facto" que ainda não mudará já aparece lá como "fato", é bom que nos habituemos pois será o que virá nos próximos acordos, bem como "oje", "abitação", etc.

 

18. No Brasil mesmo não sofrendo as alterações que temos, há milhões contra o acordo também por coisas tão insignificantes como o acabarem com o "trema"!!! Vejam na net!! E nós com alterações tão brutais, ainda estamos contentes e sem fazer nada!!!

 

19. Existirão sempre pseudo-intelectuais em todas as línguas que irão dar a vida pelo acordo (sem querer ofender ninguém), achando que é o ideal, e que salvará o país e que dará emprego ao país, e até que sem isto a língua Portuguesa morre e haverá um "Brasileiro". A variante Português-BR nunca poderia ser uma língua independente como "Brasileiro" só pelas alterações que fazem, não há esse perigo, teria de ser radicalmente mudada (nunca acontecerá) de propósito para o efeito. Não inventemos. A variante Português-BR nunca poderia ser considerada outra língua. E não deixem que pseudo-intelectuais nos tratem como burros só porque defendemos a língua. Tudo o que é chicos espertos e pessoal com manias irá para a defesa do acordo (existirão também pessoas decentes a defendê-lo é certo).

 

20. Nada impede que haja uma espécie de concordância mais simples em que digam apenas que incluímos palavras deles e nossas num dicionário universal mas SEM IMPOR regras a ninguém, e que no futuro cada um dos países só alterará a SUA PRÓPRIA variante com acordo dos outros, sem impingir aos outros essas mudanças, apenas para evitar que as mudanças no Brasil possam ir ainda mais longe e arruinar ainda mais o Português das restantes colónias. Nada impede isso.

 

21. Com o Português unido, qual ficará a bandeira oficial? Já vejo por todo o lado a bandeira do Brasil no Português, mas se tivesse Brasil para Português-BR e a Portuguesa para Português-PT, ainda era aceitável, apesar de sabermos que só há uma bandeira oficial que é a Portuguesa, mas é difícil impedir o patriotismo Brasileiro, mas com tudo unido, haverá a tendência das empresas para adoptarem a bandeira do país que tem mais população, o Brasil, mais valia termos variantes.

 

22. Cada vez que me lembro que lá já escrevem quase todos "mais" em vez de "mas" porque falam no fundo "mais" com o sotaque e eles têm a tendência de passar para a escrita a forma como falam, no futuro não será de admirar que nós sejamos em futuros acordos obrigados a escrever também: "eu fui lá MAIS não vi ninguém", é que lá há a tendência do que se fala passar para a escrita com o tempo... "Presidenta" já está nos dicionários, só falta transformarem um dia o "Presidente" em "Presidento", era só o que faltava... Já há muito tempo que o Brasil anda a adulterar a língua sem ninguém intervir, e agora ALTERAM A NOSSA!

 

23. EXISTEM FORMAS DE TRAVAR ESTE ACORDO! Petições ou clicarmos num LIKE no Facebook não fazem nada. Há uma ILC em movimento que será entregue em breve, prazo final para impedir esta desgraça. É chato porque temos de imprimir um miserável papel e enviá-lo, porque é para a Assembleia, mas quem é que diz ser contra e fica sem agir? Se 20 pessoas assinarem, fica a 2 cêntimos cada o envio dessas assinaturas por correio. É só colocar num marco de correio! Houve uma ILC antes, e entrou na Assembleia, e anulou uma lei de Arquitectura. As ILC's podem ter esse poder. É uma forma do POVO LEGISLAR. Do povo criar leis, e acabar com leis. O Governo fez isto sem apoio de ninguém e nós podemos tentar fazer algo para corrigir. Quem é o Governo para legislar sobre a língua, ilegitimamente?

 

24. Há mil outras razões para dizer não ao acordo, mas... para quê? Estas não chegam?

 

25. Para terminar fica uma frase de Edmund Burke: "Tudo o que é necessário fazer para que o mal triunfe, é que os homens bons nada façam." Neste caso, tudo o que é necessário fazer para que o Acordo triunfe, é que NÓS continuemos à sombra da bananeira, e deixar o tempo passar. Porque o Acordo foi aprovado e se ninguém lutar contra ele, ele já cá anda.

 

Se estas razões forem suficientes para vocês, então vamos agir. Basta uma assinatura e as instruções estão no site acima.

 

Nada é garantido à partida mas vamos-nos ficar sem dar luta?

 

Se não quiserem assinar, por favor enviem aos vossos contactos.

 

SOMOS PORTUGUESES E TEMOS DIREITO A MANTER A NOSSA LÍNGUA



--
Aurélio Malva

quinta-feira, 29 de abril de 2010

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Manifesto ao vivo

Em Ançã (Coimbra), na noite de 22 de Julho de 2007, após 25 anos de eclipse total!

domingo, 29 de julho de 2007

Aos Domingos vou à Bola

O primeiro e mais emblemático dos dois singles gravados pelos Manifesto.
Além de Aos Domingos vou à Bola, inclui ainda o tema Você é um Homem Livre?.
Foi publicado em 1981.

Capa




Contracapa




Ficha técnica

Estúdio — Rádio Triunfo 2, Rua de Campolide - Lisboa
Mistura — António Sérgio e Jorge Barata
Produção — António Sérgio
Edição — Rossil/ Rotação

quarta-feira, 25 de julho de 2007

O regresso dos Manifesto!

A apresentação

Foi no domingo, dia 22 de Julho, no Terreiro do Paço, em Ançã. Pouco passava das 23:30 quando a Glória, a fã n.º 1 dos Manifesto, subiu ao palco para apresentar a banda.


Boa noite!

Há 30 anos, começaram por animar bailes e festas, tocando clássicos dos Beatles, dos Stones e dos Pink Floyd, e temas de grupos daquele tempo, tais como os Police, os Devo ou os U 2.

Mas, desde cedo, decidiram que não haveriam de passar o resto da vida a tocar música dos outros, para entreter o pessoal. Por isso, na viragem para os anos 80, quando se deu a explosão do chamado rock português, com Chico Fininho, de Rui Veloso, Cavalos de Corrida, dos UHF, e Chiclete, dos Táxi, eles não quiseram ficar à margem do movimento e aproveitaram a primeira oportunidade que se lhes deparou: concorreram ao Só Rock, venceram uma das eliminatórias do concurso e realizaram uma exibição arrebatadora na finalíssima que lhes abriu as portas para a gravação de dois singles (quando os discos ainda eram de vinil…): o primeiro, Aos Domingos vou à Bola e Você é um Homem Livre?; o segundo, Nuclear (à Beira Mar) e Sonho Acordado.

A partir daqui, foram dois curtos anos de intensa actividade, com passagens na rádio e na televisão, e concertos por todo o país, ao lado das maiores bandas da época: UHF e Táxi, já referidos, mas também Heróis do Mar, JáFumega, Go Gral Blues Band, Lena d’Água e a Banda Atlântida, Roquivários, Trovante. Na memória de quem assistiu ficou ainda o concerto que realizaram, na antiga sede do Ançã Futebol Clube, com a participação dos Xutos e Pontapés, naquela altura, companheiros de editora.

Sobre eles, António Duarte, do jornal “Sete”, afirmou serem uma banda “com coisas interessantes para dizer”, uma “surpresa na procura de novas vias para o rock português”. Para Belino Costa, do mesmo jornal, eles deram uma “contribuição decisiva” para a politização do rock e “Você é um Homem Livre? foi o primeiro manifesto político do rock português”. O crítico Manuel Falcão, do Som 80, considerou-os “um autêntico manifesto” sublinhando “a força das palavras […] das suas canções” e a “excelente impressão […] do seu trabalho”.

Apesar de tudo isto, num país de brandos costumes, mais habituado a calar e a consentir, a sua mensagem de resistência e indignação não iria passar completamente. O mercado falaria mais alto e, tal como aconteceu com a imensa maioria das bandas daquele tempo, por não terem vendido o suficiente, eles não sobreviveram à crise.

Acabariam nos finais de 1982, depois de terem ajudado a escrever algumas das páginas da história da música portuguesa dos anos 80. Por isso, a sua memória não se apagará.
E para reavivá-la, 25 anos depois, vamos tê-los aqui connosco! O rock está de volta!

Senhoras e senhores, amigos e amigas, connosco, os… MANIFESTO!



O concerto


O S. Pedro não quis ajudar à festa: chuviscava já quando os Manifesto começaram a função. Mas os riffs da guitarra e as palavras de Aurélio Malva, devidamente apoiados pela firmeza do baixo de José Tovim, a sobriedade da bateria de Jota (João Luís) e a harmonia dos teclados de Miguel Moita (músico convidado), cedo tomariam conta da noite com Freak d'orinol e Maio Vermelho a contagiarem os presentes.

25 anos depois, a pedalada mantem-se!

O vocalista dos Manifesto explicaria, em seguida, que este último tema foi feito na ressaca dos acontecimentos do 1.º de Maio de 1981, no Porto, durante os quais os manifestantes foram brutalmente reprimidos, tendo falecido duas pessoas em consequência dos disparos da polícia. E acrescentaria, fortemente aplaudido pelo público, que a democracia e a liberdade continuam hoje seriamente ameaçadas, com os trabalhadores a serem despedidos sem apelo nem agravo ou a serem castigados com processos disciplinares, só por terem a "veleidade" de criticar os governantes. Anunciando o tema seguinte, diria ironicamente que só resta ir à bola e mandar bocas ao árbitro para descarregar a frustração. Ainda que isso nada resolva…
Aos domingos vou à bola seria a loucura da noite, com toda a gente a cantar com a banda.
E seguiu-se-lhe Nuclear (à beira mar), outro dos temas gravados e mais queridos, dos Manifesto.

25 anos depois, a força das palavras é a mesma!

Antes de Allons nous à CEE, Aurélio Malva diria que este tema, composto cinco anos antes da adesão à União Europeia, previa já que ela seria desastrosa para Portugal. E os factos vieram a comprová-lo. "Apesar dos milhões de euros de fundos comunitários, com que alguns se terão abotoado, somos hoje um país com uma agricultura paralisada, uma pesca desmantelada, uma indústria sem capacidade competitiva. Um dos países mais pobres da Europa. E, pior do que isso, um país onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres são cada vez mais e mais pobres", afirmou. Aplauso vibrante da assistência. Tema bem esgalhado, com incursões pelo rap e pelo ritmo bem português do malhão, e um final com a banda e o público a cantarem em conjunto.
Depois veio Café cinzento, uma balada sobre a rotina do quotidiano.
Chovia agora um pouco mais mas os fiéis da banda resistiam corajosamente, abrigando-se como podiam debaixo das copas dos plátanos e do coreto do belo Terreiro do Paço.
Mas o calor e a "electricidade" voltaram a subir, desta vez com Álcool não faz mal à gente, um funk com palavras do grande poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht, e Desamor, um blues que aborda o tema da prostituição.

25 anos depois, resistir é preciso!

À beira do fim, faltava apenas lembrar os músicos que passaram pelos Manifesto e não puderam estar presentes — os teclistas Chico Parreiral e Jojó, e o guitarrista Vasco — e agradecer aos melhores fãs do mundo que, após 25 anos de espera, enfrentaram a chuva para estar com a sua banda favorita!
Aplauso caloroso do público e final do concerto a atingir o red line com Você é um homem livre?, denúncia frontal da exploração dos trabalhadores e um dos temas mais emblemáticos dos Manifesto.

E apesar da intempérie, os presentes haveriam de reclamar o regresso dos músicos ao palco. Eles não se fizeram rogados e dedicaram-lhes Manifesto, um dos temas que a banda apresentou no concurso Só Rock e, claro, uma vez mais Aos domingos vou à bola, que voltou a pôr toda a gente a cantar!
Fotos de Humberto Neves

quarta-feira, 18 de julho de 2007

25 anos depois!

25 anos depois, os Manifesto juntam-se para um concerto único,
integrado na Semana Cultural de Ançã (Coimbra),
no dia 22 de Julho de 2007, pelas 23 horas.
A não perder!

Falar claro, sempre!

A força do rock (também) está nas palavras!

Publicado no Som 80, em 20/03/82

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Um autêntico manifesto


Artigo de Manuel Falcão, no Som 80, em 20 de Março de 1982
clicar no texto para ampliar